Na terceira parte de nossa série “Entendendo Wolverine”, teremos um clássico para ser apresentado a vocês. Este clássico se chama “Arma X”, escrito e desenhado por Barry Windsor-Smith.
Enredo
Nesta
hq, somos apresentados a Logan, um homem atormentado que acaba sendo
sequestrado por uma misteriosa organização. Mal sabia ele que sua vida mudaria
para sempre. Logan é submetido a um teste que levará suas habilidades mutantes
ao extremo, na tentativa de um grupo de cientistas de torna-lo a arma perfeita,
fundindo adamantium em seus ossos e tentando controlá-lo.
Somos
apresentados a personagens novos, como os três principais cientistas
responsáveis pela experiência: O Professor, Carol Hines e Dr. Cornelius. Também
foi uma das primeiras hqs a realmente tentar algo concreto com a origem de
Wolverine, neste caso, a origem de suas garras e esqueleto de adamantium.
Opinião
Um
dos maiores clássicos das hqs, com uma integração perfeita entre arte e
roteiro: talvez essa seja a melhor frase para definir Arma X.
Originalmente
publicada na revista “Marvel Comics Presents” do número 72 ao 84, foi uma das
primeiras tentativas de fazer uma origem para Wolverine. Embora tenha sofrido
algumas alterações, a hq ainda permanece válida, especialmente porque muitos
diálogos eram demasiadamente “misteriosos’, permitindo uma alteração futura.
A
tensão é algo que destaco no enredo, deixando você extremamente louco para
saber o que poderá vir a acontecer: o controle dará certo? Wolverine irá se
rebelar contra o programa? Barry Windsor-Smith inclusive responde essa segunda
pergunta com uma pegadinha dentro da estória. Além da tensão, a carga de
violência também é muito grande, mostrando toda a ferocidade característica de
Logan, exemplificando bem o quanto perigoso o mutante é.
Talvez
por Windsor-Smith ter não só roteirizado, mas desenhado, colorido e inclusive
arte finalizado, temos uma hq voltada também para o espetáculo. A cada página,
uma obra de arte, abusando das expressões faciais, cores vibrantes, desenhos
que ao serem revistos, você descobre algo novo e um capricho incrível nos
diálogos. Sobre este capricho, não digo só na questão da qualidade de escrita,
mas na escolha das cores nos balões mostrando onde cada cientista falava e o
posicionamento dos mesmos, deixando a arte livre para aparecer.
Pegando
emprestado as palavras do roteirista Larry Hama: essa estória é uma obra prima.
Não temos Wolverine de uniforme, agindo como um herói em uma hq comum, mas sim,
algo totalmente diferente, mas que nos dá grande dimensão na construção do
personagem. Uma leitura necessária, não só para entender Wolverine, mas também
para qualquer um que aprecia uma boa história em quadrinhos.
Curiosidades
- A hq serviu de base para o filme X-Men
Origens Wolverine, assim como “Origem”. Entretanto, o filme dedicou poucos
minutos para o implante de adamantium
- Conforme é de características da
Marvel e das hqs em geral, a estória sofreu alterações. Uma das principais e
que ficou, foi a questão das garras de Wolverine. Na concepção original,
simplesmente tínhamos uma concentração de adamantium nas mãos de Logan, que
teria formado as garras. Porém, após ter seu metal arrancado por Magneto no
arco “Atrações Fatais”, os editores acharam que as vendas poderiam cair, já que
Wolverine não teria garras, e colocaram no mutante as garras de osso. Por
sorte, o roteiro da hq ficou “em aberto”, portanto, a alteração não desvalida a
estória.
Outra mudança foi com relação ao chefe
do programa, que na hq permaneceu um mistério. Porém, originalmente, o vilão
Apocalipse teria sido o responsável.
- Junto com o link da hq, temos uma edição extra, que saiu no primeiro encadernado lançado pela Panini. Essa edição é Uncanny X-Men #205, onde temos o primeiro confronto de Wolverine com Lady Lethal. O roteiro é do "senhor X" Chris Claremont e desenhos do mesmo de Arma X: Barry Windsor-Smith.
**** Para ler as hqs baixe o programa CDisplay
Links:
No próximo capítulo da série, a primeira aparição de Wolverine e curiosidades da criação do personagem!