Entendendo Wolverine: #05 - Tropa Alfa

            Antes de entrar para os X-Men, enquanto trabalhava para o governo canadense, Wolverine já fazia parte de uma equipe de super-heróis: A Tropa Alfa.

            A primeira aparição dos heróis canadenses aconteceu justamente na série dos X-Men no número 109, com apenas um personagem, dando uma pista do que estaria por vir no número 120, quando toda a equipe enfim aparece. A história se resume a Tropa Alfa não aceitando que Wolverine tenha deixado o Canadá e ido para os X-Men, conforme aconteceu em Giant Size X-Men 1, quando Xavier chama o mutante para integrar a equipe.

            A equipe foi criada por John Byrne, que era canadense e na época trabalhava com Claremont nos X-Men. Era uma espécie de resposta canadense aos Vingadores. Eles trabalham para o Departamento H, uma subdivisão do governo canadense que lida com vilões. Era o departamento que tinha Wolverine contratado antes dele ir para os X-Men, Os membros da equipe mantêm algumas características típicas do país como a bandeira do Canadá na roupa do personagem Guardião.

            Inicialmente, a equipe seria apenas um complemento para o passado de Wolverine, até que John Byrne resolveu fazer uma série mensal do grupo que devido ao talento do escritor/desenhista conseguiu ter uma boa fase que nunca mais foi repetida.

Membros da Equipe Original:

Guardião

James Hudson é um cientista que utiliza um traje espacial que lhe permite voar e manipular o campo magnético da Terra.

Estrela Polar

Jean-Paul Beaubier tem poderes de velocidade, voo e emissão de luz. Recentemente, protagonizou um casamento homossexual na revista, o primeiro na história dos quadrinhos.

Aurora

Jeanne-Marie Beaubier, irmã de Estrela Polar, possui os mesmos poderes além de ter múltiplas personalidades.

Sasquatch

Walter Langowski é um cientista que pode se transformar em um monstro gigante. A origem de seus poderes é uma mistura de misticismo com ciência.

Shaman

Michael Twoyoungmen é médico e feiticeiro.

Pássaro de Neve

Narya é uma semideusa Inuíte (Nação indígena esquimó que habitava a região que hoje corresponde ao Canadá) que pode se transformar em animais nativos.

Links:
O Primeiro Confronto dos X-Men com a Tropa Alfa
Os Fabulosos X-Men 109
Os Fabulosos X-Men 120
Os Fabulosos X-Men 121

Extras:
Conflito de Wolverine contra Wendigo, que conta com a participação do grupo canadense.
Wolverine 170
Wolverine 171
Wolverine 172

No próximo capítulo, uma das melhores fases do personagem: Madripoor!

Sessão de Vídeos #7

Mais uma do canal batinthesun, dessa vez com Wolverine enfrentando o Predador!

Por que tanto ódio?

Acompanhando os fóruns de quadrinhos em geral, tanto no Brasil quanto pelo mundo, podemos perceber que Wolverine é um dos personagens mais perseguidos pelos fãs. Os "haters" em geral não perdoam alguns aspectos que tornariam o personagem chato, com o pensamento "quanto menos Wolverine melhor!". Porém, alguns desses motivos são um pouco contraditórios, então tentarei responder os principais motivos desse ódio, mostrando que talvez, a situação seja mais complicada do que aparenta.

"Superexposto"/"Superusado"

Essa lidera a lista. Muitos fãs reclamam que Wolverine tem muitas aparições nos quadrinhos da Marvel. Houve uma época inclusive que o personagem estava em X-Men, X-Force, Vingadores e ainda tinha seu título solo. Como conseguiria estar em muitos lugares ao mesmo tempo? Pois é. Entretanto, o ódio é destinado ao personagem... mas ele não deveria ser destinado aos editores da Marvel que tomam essa decisão? É quase que unanimidade que um ícone como Wolverine ajuda (e muito) a vender mais hqs, a promover aquela série que precisa dar mais lucro, ou acrescentar um status a uma série já consagrada. Entretanto, também é quase unanimidade entre os próprios fãs do personagem que essa "superexposição" atrapalha, pois se cada roteirista trabalha o personagem sob uma determinada ótica, a chance de ocorrer contradições é enorme. Aliás, contradições do personagem é o que não tem faltado nos últimos anos.

Também temos a questão do protagonismo. Nas hqs, acredito que não seja válido. Wolverine sempre foi um coadjuvante de luxo, daqueles que não é o personagem principal da estória, mas sua participação dentro do enredo marca de alguma forma, e todo mundo se lembra do que ele fez: Saga da Fênix Negra, Dias de um Futuro Esquecido, Saga da Ninhada, Massacre de Mutantes, dentre outras. Entretanto, temos que concordar quando se fala sobre filmes. Wolverine é sem dúvida, a estrela principal dos filmes da Fox, baseados nos X-Men. O engraçado, é que na Marvel Studios, Homem de Ferro também é a grande estrela da companhia, e inclusive será creditado pela criação do robô Ultron (originalmente criado por Hank Pym). Mas no caso da Marvel Studios, os fãs parecem ser mais condescendentes. Bryan Singer, diretor de X-Men, X-Men 2 e Dias de um Futuro Esquecido, chegou a ironizar o protagonismo de Wolverine, utilizando o exemplo de Tony nos Vingadores. 

"Wolverine perdeu a graça pois ficou muito poderoso"

Confesso que essa dá vontade de rir. Em geral, todos os personagens evoluem bastante seus poderes. A cada ano, vão se superando, alcançando feitos antes impossíveis. Para todos eles, é um momento épico, onde ele supera seu limite, mas no caso de Wolverine, não é bem assim.

Existem pessoas que sentem falta do Wolverine ter dificuldade, pois com um fator de cura mais lento, ele penava para se curar das feridas, deveria ser mais cuidadoso e, consequentemente, dar mais "graça" a estória. Acredito que a falta de desafio para Logan advém da falta de criatividade dos roteiristas. Recentemente, Jason Aaron colocou boas dificuldades nos confrontos do personagem, e ele já estava num estágio do fator de cura bem além do que foi em seus primeiros dias nos quadrinhos.

Agora, utilizamos um exemplo totalmente oposto, para expor a contradição. Na DC Comics, o personagem Batman é um dos mais populares, justamente pelo fato de ser um humano e, mesmo assim, vencer diversos seres muito mais fortes do que ele, utilizando a inteligência e, as vezes, até um pouco de força bruta. Batman é idolatrado por ter a capacidade de vencer a todos, pois bastaria ele ter tempo para pensar. É curioso, como no caso de Wolverine, é totalmente o oposto. Ver Logan confrontar adversários mais fortes como o Hulk, Fanático ou Homem Aranha parece tirar sangue dos olhos dos leitores.

Obviamente que a evolução dos poderes sofre sim exagero, Wolverine já chegou a se curar estando apenas com seu esqueleto exposto. Agora, é preciso reconsiderar essa questão do aumento de poder e possibilidade de vencer adversários mais fortes. Na minha opinião, o fato de Wolverine ser capaz de vencer seres mais fortes, engrandece mais ainda o personagem.

Superestimado

Das apresentadas nessa matéria, é a que mais discordo. Há quem diga que Wolverine é um personagem de escalão mais baixo, não possui uma personalidade ou enredos que realmente possam o colocar como uma lenda das hqs. Seu sucesso se deu por mero acaso, e a Marvel insiste num personagem já datado.

Primeiro: a questão do personagem ser de um maior escalão ou não vai depender do que o roteirista quer fazer com ele. Claremont gostava demais da Tempestade, e dificilmente ela era mal trabalhada em uma saga. Byrne quis dar mais importância a Wolverine, até então deixado de lado. Wolverine demonstrou seu potencial a partir do momento que, mesmo com um ótimo balanço entre os protagonismos dos personagens, equilíbrio dificilmente encontrado na história dos quadrinhos, ele já se posicionava como o número 1 dos fãs de X-Men. Não é a toa, que foi o primeiro a ter uma hq solo e depois, uma série regular.

Quanto ao personagem ser datado, isso também depende do roteirista. Vou utilizar como exemplo o ótimo personagem Demolidor, da Marvel. Depois que Frank Miller resolveu mexer na vida pessoal do personagem, virando do avesso, outros roteiristas resolveram seguir o mesmo caminho. Aqueles que destoaram desta ideia, passaram "de passagem" pelo título, enquanto aqueles que seguiram a linha de Miller: Ann Nocenti, Kevin Smith, Brian Bendis e, recentemente, Mark Waid, fizeram muito sucesso e foram inclusive premiados. Quando se é bem escrito, não há mal algum em seguir uma "linha" de estórias.

No caso de Wolverine, infelizmente isso não aconteceu. O "modelo Wolverine" de hqs é bem versátil, permitindo diversas visões dentro de um enredo, porém, nem sempre o personagem contou com bons roteiristas que pudessem ampliar sua longevidade, especialmente nos tempos recentes.

Entendendo Wolverine: #04- A Primeira Aparição e detalhes da criação

Em meados dos anos 70, mais precisamente em 1974, no mês de outubro, na hq de número 180 do Incrível Hulk estreava um mero coadjuvante, de roupa amarela e com bigodes na máscara. O até então desconhecido seria um novo vilão para o golias esmeralda. Quem diria que as coisas tomariam outro rumo?

            Este personagem é Wolverine. Seus criadores foram Len Wein, que no momento era roteirista da revista do Hulk e John Romita Sr., que fez o design do personagem. Embora tenha feito o design, na hq o desenhista foi Herb Trimpe. Na história de estreia, além do Hulk, o mutante tem que encarar o monstro Wendigo, e já chega mostrando as caras: sem medo de dois oponentes com o dobro de seu tamanho.

Rascunhos de John Romita Sr.

            O enredo é simples: O governo canadense, preocupado com a proporção de um confronto entre Hulk e Wendigo poderia tomar, resolve convocar seu agente, Arma X/Wolverine para agir.

Curiosidades da Criação

- Um dos motivos para a criação de Wolverine era que, de acordo com o editor da época Roy Thomas, a Marvel precisava de um herói canadense, já que as vendas eram muito altas por lá.

- Justamente pela necessidade do herói canadense, resolveram se inspirar num animal típico de lá: o carcaju (em inglês: Wolverine). Esse animal é baixinho, peludo e bem agressivo (coincidências?)

- Na primeira ideia de mutação de Wolverine, ele seria uma versão “evoluída” do carcaju, mas essa ideia foi rejeitada pelos editores da Marvel.

- Originalmente, as garras de Wolverine pertenciam as suas luvas. Não havia qualquer menção ao esqueleto de adamantium.

- A máscara original de Wolverine possuía bigodes. Entretanto, Gil Kane resolveu mudar, pois estava insatisfeito com a tal máscara. Dave Cockrum aprovou a mudança e aquele modelo ficou definitivo.

A Mudança

- Wolverine entrou para os X-Men na reformulação da equipe, até então o patinho feio da Marvel. Esta reformulação foi liderada por Len Wein, criador do personagem, e pelo desenhista Dave Cockrum. A ideia era formar uma equipe de super heróis estrangeiros e romper com os personagens anteriores da franquia X. Foi o início da transformação dos X-Men de pior para a melhor franquia de quadrinhos da Marvel.

O Início da Reformulação

- Wolverine era cogitado para ser jovem e ter mais ou menos 19 anos. Porém, após uma edição onde aparece com barba, Claremont e Cockrum concordaram que o personagem ficaria melhor mais velho e maduro.

- No início, Wolverine era totalmente raivoso e precipitado. Apenas com a entrada de John Byrne, em parceria com Claremont, o personagem foi ganhando contornos melhores em relação a sua personalidade, além é claro, de mais destaque.
- Recentemente, foi confirmada a informação de que John Byrne se inspirou no ator Paul D'amato, o qual ele viu num filme chamado "Slap Shot", de 1977. Segue um vídeo do trabalho do ator no filme:

Outros confrontos com o Hulk

Incredible Hulk #340

Num tie-in da boa saga Queda dos Mutantes, Wolverine confronta o Hulk em Dallas. Escrita por Peter David e desenhada por Todd Mcfarlane, possui uma das melhores capas de todos os tempos e foi a primeira vez que Wolverine de fato lutou de igual pra igual contra um personagem com força muito maior que a sua, chegando a “apagar” o Hulk.

Savage Wolverine #5

Na conclusão da passagem de Frank Cho pelo título, Wolverine tem uma luta rápida contra o Hulk, enquanto tenta fugir de uma ilha amaldiçoada.

Links:

Incredible Hulk #180

Incredible Hulk #181

Extras: 

Incredible Hulk #340

Savage Wolverine #5

No próximo "Entendendo Wolverine", a chegada aos X-Men!

Entendendo Wolverine: #03- Arma X

Na terceira parte de nossa série “Entendendo Wolverine”, teremos um clássico para ser apresentado a vocês. Este clássico se chama “Arma X”, escrito e desenhado por Barry Windsor-Smith.

Enredo

            Nesta hq, somos apresentados a Logan, um homem atormentado que acaba sendo sequestrado por uma misteriosa organização. Mal sabia ele que sua vida mudaria para sempre. Logan é submetido a um teste que levará suas habilidades mutantes ao extremo, na tentativa de um grupo de cientistas de torna-lo a arma perfeita, fundindo adamantium em seus ossos e tentando controlá-lo.

            Somos apresentados a personagens novos, como os três principais cientistas responsáveis pela experiência: O Professor, Carol Hines e Dr. Cornelius. Também foi uma das primeiras hqs a realmente tentar algo concreto com a origem de Wolverine, neste caso, a origem de suas garras e esqueleto de adamantium.

Opinião

            Um dos maiores clássicos das hqs, com uma integração perfeita entre arte e roteiro: talvez essa seja a melhor frase para definir Arma X.

            Originalmente publicada na revista “Marvel Comics Presents” do número 72 ao 84, foi uma das primeiras tentativas de fazer uma origem para Wolverine. Embora tenha sofrido algumas alterações, a hq ainda permanece válida, especialmente porque muitos diálogos eram demasiadamente “misteriosos’, permitindo uma alteração futura.

            A tensão é algo que destaco no enredo, deixando você extremamente louco para saber o que poderá vir a acontecer: o controle dará certo? Wolverine irá se rebelar contra o programa? Barry Windsor-Smith inclusive responde essa segunda pergunta com uma pegadinha dentro da estória. Além da tensão, a carga de violência também é muito grande, mostrando toda a ferocidade característica de Logan, exemplificando bem o quanto perigoso o mutante é.

            Talvez por Windsor-Smith ter não só roteirizado, mas desenhado, colorido e inclusive arte finalizado, temos uma hq voltada também para o espetáculo. A cada página, uma obra de arte, abusando das expressões faciais, cores vibrantes, desenhos que ao serem revistos, você descobre algo novo e um capricho incrível nos diálogos. Sobre este capricho, não digo só na questão da qualidade de escrita, mas na escolha das cores nos balões mostrando onde cada cientista falava e o posicionamento dos mesmos, deixando a arte livre para aparecer.

            Pegando emprestado as palavras do roteirista Larry Hama: essa estória é uma obra prima. Não temos Wolverine de uniforme, agindo como um herói em uma hq comum, mas sim, algo totalmente diferente, mas que nos dá grande dimensão na construção do personagem. Uma leitura necessária, não só para entender Wolverine, mas também para qualquer um que aprecia uma boa história em quadrinhos.

Curiosidades

- A hq serviu de base para o filme X-Men Origens Wolverine, assim como “Origem”. Entretanto, o filme dedicou poucos minutos para o implante de adamantium

- Conforme é de características da Marvel e das hqs em geral, a estória sofreu alterações. Uma das principais e que ficou, foi a questão das garras de Wolverine. Na concepção original, simplesmente tínhamos uma concentração de adamantium nas mãos de Logan, que teria formado as garras. Porém, após ter seu metal arrancado por Magneto no arco “Atrações Fatais”, os editores acharam que as vendas poderiam cair, já que Wolverine não teria garras, e colocaram no mutante as garras de osso. Por sorte, o roteiro da hq ficou “em aberto”, portanto, a alteração não desvalida a estória.

Outra mudança foi com relação ao chefe do programa, que na hq permaneceu um mistério. Porém, originalmente, o vilão Apocalipse teria sido o responsável.

- Junto com o link da hq, temos uma edição extra, que saiu no primeiro encadernado lançado pela Panini. Essa edição é Uncanny X-Men #205, onde temos o primeiro confronto de Wolverine com Lady Lethal. O roteiro é do "senhor X" Chris Claremont e desenhos do mesmo de Arma X: Barry Windsor-Smith.

**** Para ler as hqs baixe o programa CDisplay

Links:

Arma X

No próximo capítulo da série, a primeira aparição de Wolverine e curiosidades da criação do personagem!

Entendendo Wolverine: #02- Origem

Enredo

            Continuando a nossa série “Entendendo Wolverine”, hoje teremos uma estória bem diferente da anterior, sem uniformes, heroísmo ou qualquer coisa do tipo.

            A minissérie Origem foi lançada em 2001, com 6 edições. Foi escrita por três roteiristas: Bill Jemas, Joe Quesada e Paul Jenkins. Contou com os desenhos de Andy Kubert e colorização de Richard Isanove. O objetivo da hq é simples: contar os primeiros dias da vida de Wolverine, que até então era um dos maiores mistérios que circundavam a vida do mutante.

            Logo de cara já vemos um cenário diferente, que se passa no Canadá durante o século XIX. Nos é apresentado o casarão dos Howlett, a família de Wolverine. Andando na charrete, temos uma conversa entre o Sr. Kenneth e Rose, que será uma personagem muito importante ao longo da estória. O primeiro susto vem com um personagem chamado Logan, que apesar da coincidência, não é Wolverine. Ele trabalha para a família Howlett e vive com seu filho Cão, em uma cabana. Wolverine mesmo, de fato, surge depois, com o jovem garoto James Howlett, enfim, temos o verdadeiro nome do mutante revelado.

            A relação de Logan com Cão é problemática, a ponto do pai frequentemente bater no filho e ser um bêbado. Em contraste a isso, a família Howlett vive relativamente tranquila. John Howlett é o chefe da família, sendo presente e bondoso com os demais, diferente de seu pai, que é extremamente rancoroso e temperamental.

            Após um desentendimento entre James e Cão, Thomas Logan fica muito irritado e resolve dar um fim naquela vida que levava. Então força Rose a ajuda-lo e entra na mansão. Ao chegar lá, temos o acontecimento derradeiro da estória: Logan atira em John e James assiste a tudo. Desesperado, o jovem garoto acaba ferindo misteriosamente Thomas Logan. Após alguns segundos, todos percebem que garras de osso saíram das mãos de garoto. Esse seria o motivo do ferimento, que foi mortal para Logan. Na confusão, James também havia deixado sua marca em Cão, filho de Logan, acertando-o no rosto.

            Rejeitado pela mãe Elizabeth, James foge com sua amiga Rose. Ao se esconderem em uma cabana, James também descobre que possui sentidos aguçados, pois sente cheiros e ouve barulhos a todo momento. Após um tempo, saem da região de Alberta, onde ficava sua casa. Ao chegar num local para trabalhar, o dono pede para que James mostre suas mãos, deixando Rose em desespero, pois os ferimentos das garras estariam lá. Porém, ao mostra-las, não havia nada. Surge então mais um mistério: como os ferimentos sumiram? O fator de cura começava a trabalhar. Outro fato interessante nesse momento é que vemos porque Wolverine foi chamado de Logan durante tanto tempo. Com medo de que fosse reconhecido por ser um Howlett, Rose diz que o nome dele era Logan.

            James vai fazendo o trabalho pesado, tanto como lenhador quanto carregando coisas, e vai lidando com a frustração constante do insucesso de seu trabalho e implicância constante de trabalhadores mais velhos. Após alguns dias, enquanto Rose tomava banho em um rio, ela percebe que está para ser atacada por um cervo, mas James o mata. Rose se assusta com a precisão que o jovem teve, como se fosse um caçador há anos. A partir disso, James muda completamente, especialmente após a emblemática cena com os lobos na selva. Infelizmente nem tudo correu bem. Após sua vingança contra Malone, um trabalhador implicante, James descobre que Rose está apaixonada por outra pessoa, Smitty. Revoltado, desconta sua raiva em um urso que passava por perto.

            Ao final da estória, James utiliza sua raiva em lutas na jaula, derrotando vários oponentes. Numa última luta, ele enfrentará Smitty, namorado de sua amada Rose. Para não desapontar Rose, James arma a luta para que fosse derrotado. Entretanto, nem tudo seria felicidade, pois Cão estava de volta para se vingar de James. Durante a luta, um acidente ocorre e Wolverine sofre talvez, uma das grandes perdas de sua vida.

Opinião

            A minissérie Origem é uma hq importantíssima para o personagem, pois resolve um mistério de longos e longos anos: a vida de Wolverine antes de ser um super-herói. O enredo capricha bastante na apresentação dos personagens que nortearam a vida do ainda jovem James Howlett, e desenvolveu muito bem o enredo com o passar da estória. A arte de Andy Kubert chama bastante atenção, demonstrando que o artista realmente teve cuidado com o trabalho. Embora tenha sido o desenhista titular, as capas ficaram a cargo de Joe Quesada, mandando bem em algumas e não tão bem em outras.

            A demonstração dos poderes de Wolverine e sua adaptação ao longo do tempo é um dos pontos mais altos da estória. O que também aumenta o lamento pelo trabalho não tão bom feito pela Fox em X-Men Origens Wolverine, ao tratar essa etapa da vida de Logan sem a mesma qualidade. A introdução de fatos básicos sobre Wolverine, como seu nome de batismo (James Howlett), o porquê de ser chamado de Logan, a família e os problemas que afetaram sua vida foram cruciais para evolução do personagem.

            Por fim, Origem cumpre bem o seu papel de contar os primeiros dias da vida de Wolverine. Essa necessidade era latente, tendo em vista que diversos autores mexeram no passado do personagem, mas sem seguir uma “lógica”, deixando a cronologia muito confusa. Recentemente, foi lançado uma continuação da série chamada de “Origem II”, mostrando a vida de Wolverine após os fatos de “Origem” e introduz outros personagens como Dentes de Sabre e Senhor Sinistro.

Curiosidades

- Durante a hq, Rose lê um poema chamado O Tigre, escrito por William Blake, um expoente da literatura inglesa. Dentro da estória, o poema é lido por Rose enquanto algumas cenas de Wolverine na floresta são mostradas, fazendo associação ao poema.

O Tigre

Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a ascender ?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração ?

E quando teu coração começou a bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda caverna,
Para trazer-te aqui ?
Que martelo te forjou ? Que cadeia ?
Que bigorna te bateu ? Que poderosa mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores ?

Quando os astros lançaram os seus dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação ?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou ?

Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

- Em conjunto com Arma X, essa foi uma das hqs que serviu de base para o filme X-Men Origens Wolverine, embora tenha sofrido muitas mudanças. Uma delas, foi que Cão, o “irmão” de Wolverine seria o seu maior inimigo: Dentes de Sabre. Mudança esta que, acredito eu, deveria permanecer para as hqs, especialmente pelo fato do personagem Cão estar esquecido.

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Links:

Origem #01

Origem #02

Origem #03

Origem #04

Origem #05

Origem #06

No próximo capítulo da série, a consagrada Arma X!

Entendendo Wolverine: #01- Wolverine (1982)

Olá a todos fãs de Wolverine! Hoje, começaremos uma nova série aqui no blog: um guia com as principais histórias em quadrinhos para entender o personagem que é o melhor no que faz! Hoje vamos começar pela hq que talvez, seja a mais importante na história do personagem.

Antecedentes

            Antes de falar da hq propriamente, vamos lembrar um pouco de como estava a situação na época. Após uma grande participação na Saga da Fênix Negra, onde Wolverine salva os X-Men do Clube do Inferno, limpando o local sozinho e, pela primeira vez mostrando o que era capaz de fazer, a popularidade do baixinho foi aumentando cada vez mais. Muito disso se deve a John Byrne, que desenhava e co-roteirizava com Chris Claremont. Byrne tinha Wolverine como personagem favorito (por ser canadense, assim como Logan).

            A partir disso ainda vieram outros quadrinhos onde Wolverine iria ter destaque, como numa viagem ao Canadá com Noturno e Colossus, onde acabam frente a frente com Wendigo, além da marcante participação na saga Dias de um Futuro Esquecido, que servirá de base para o próximo filme dos X-Men.

            Claremont via que a necessidade de uma estória solo do personagem ia aumentado. Quem ajudaria Claremont na empreitada seria Frank Miller, co-roteirizando e desenhando. No início, Miller relutou a aceitar o trabalho, pois não estava interessado em desenhar as aventuras de um assassino psicótico e sanguinário. Porém, quando Chris Claremont disse qual seria sua ideia para a hq, Miller não recusou, pois a ideia era uma reconstrução do personagem aliada a elementos orientais.

            Em Uncanny X-Men #118, durante uma aventura dos X-Men no Japão, Wolverine conhece Mariko Yashida e fica admirado com a moça. Após um ataque, Wolverine a salva. Claremont tinha então, “plantado a semente” para trabalhar na primeira estória solo do personagem.

 Enredo

            A premissa da hq é simples: Wolverine manda diversas cartas para Mariko, porém todas estão sendo devolvidas sem motivo. O herói mutante resolve então ir ao Japão e investigar o porquê de não estar conseguindo falar com a mulher que ama. Contando com a ajuda de seu amigo Asano Kimura, Logan descobre que Mariko está casada com Noburo Hideki, casamento este que foi arranjado por seu pai Shingen Yashida, o homem mais poderoso do Japão.

            Ao finalmente achar Mariko, Wolverine descobre que ela é espancada pelo marido e fica furioso. Ao ser surpreendido pelo pai de Mariko, ele o desafia para um combate com espadas de madeira (chamadas de bokan). Durante a luta, Logan é atingido por shurikens venenosas que afetam seus sentidos e fator de cura, e acaba derrotado e humilhado na frente da mulher que ama.

            Wolverine é jogado nas ruas desacordado. Após um tempo, surge uma nova personagem: Yukio. Ela acorda Wolverine e passa a trabalhar junto com ele. Mal sabe ele que Yukio foi mandada por Shingen para matar Wolverine, porém, ela acaba se apaixonando por Logan, que só quer saber de ter sua vingança. A partir daí... só lendo para saber!

Opinião

            Bom, como podemos definir o que é esta hq para Wolverine? Ela é a estória mais importante para o personagem durante sua trajetória. Chris Claremont desenvolveu dentro da minissérie os princípios mais básicos do personagem que permaneceram por longos e longos anos. O trabalho foi tão bem feito, que o roteirista passou inclusive a ter mais interesse no personagem (onde mais tarde, iniciaria sua série mensal, em 1988). Dentro da hq, o trabalho foi para mostrar que Logan, embora tivesse aquela aparência, além de seu comportamento solitário e temperamental, tinha um coração de ouro e um forte senso de honra. É uma ótima sensação ler a hq e ver, que mesmo com seu fator de cura debilitado, Wolverine não se torna mais ou menos imortal, mantendo sua honra e coragem durante os combates.

            Para quem está habituado as hqs mais atuais, pode achar um pouco chata a prolixidade de Chris Claremont, mas isso faz parte do trabalho do “Senhor X”, e não pode ser considerada uma falha na estória. Chris sabe conectar o leitor ao personagem melhor do que ninguém. Os aspectos da personalidade de Wolverine, associados a cultura japonesa foram bem dosados, de forma a não deixá-lo estereotipado.

            A arte de Frank Miller talvez seja um dos melhores trabalhos (se não o melhor) nos desenhos. Ultimamente, Miller adotou um estilo mais preguiçoso, mas nessa hq, especialmente nas cenas de ação, o co-autor e desenhista teve seus méritos.

Curiosidades

- Foi nesta série que Wolverine ganhou sua frase característica: “Eu sou o melhor naquilo que faço, e aquilo que faço não é nada bom” (algumas traduções colocam “não é nada bonito").

- A hq serviu de base para o filme Wolverine Imortal, lançado em 2013 nos cinemas.

*******Para ler as hqs, baixe o programa CDisplay

Links:

#01 - Wolverine

#02 - Wolverine

#03 - Wolverine

#04 - Wolverine

Material Extra:

A estória onde Wolverine conheceu Mariko: Fabulosos X-Men #118

O Casamento:

Fabulosos X-Men #172

Fabulosos X-Men #173

A Morte de Mariko: 

Wolverine #56

Wolverine #57

No próximo capítulo da série: Origem!

Jogos do Wolverine

Wolverine - 1991

Gênero: Ação

Plataforma: NES

Estúdio: Software Creations

Distribuição: LJN

História: Wolverine é capturado pelo seus inimigos Magneto e Dentes de Sabre. Preso numa ilha deserta, o mutante deve enfrentar inimigos mortais e armadilhas, concluindo com uma luta contra Magneto e Dentes de Sabre.

Jogabilidade: Ícones como hambúrgueres e bebidas servem para carregar a saúde e a barra “Berzerker”, que quando chega ao máximo, libera um modo de fúria. Utilizar as garras tirava a saúde de Wolverine, a não ser que o jogador esteja no modo de fúria.

Há participação de outros X-Men no jogo, como Psylocke, Havok e Jubileu que davam conselhos ao personagem e também ajudavam recuperando a saúde ou cedendo algum item de ajuda.

Chefões: Magneto – Derrotar armadilhas e depois bater o suficiente até que ele fuja

Dentes de Sabre – Jogar ele no penhasco

Wolverine Adamantium Rage – 1994

 

Gênero: Ação

Plataforma: Super Nintendo e Sega Genesis/Mega Drive

Estúdio: SNES – Bits Studios / Mega Drive – Teeny Weeny Games

Distribuição: LJN e Acclaim

História:

SNES: Wolverine recebe uma transmissão misteriosa via computador, dizendo que alguém tem uma informação sobre seu passado e combina um encontro no Canadá. A partir de então, Wolverine busca esses segredos e enfrenta diversos vilões.

Mega Drive: Wolverine segura a foto de alguém de seu passado, e expressa desejo de vingança. Então, recebe uma mensagem ordenando o mutante a ir para o laboratório da Arma X.

Jogabilidade: Consiste em combate contra inimigos ao longo da fase e alguns obstáculos como escalar paredes ou destruir portas. Toda fase tem um chefão. Assim como o jogo anterior do NES, a dificuldade é bem alta.

X-Men Wolverine’s Rage - 2001

Gênero: Ação

Plataforma: Game Boy Color

Estúdio: Digital Eclipse

Distribuição: Activision

História: Lady Lethal descobre uma máquina capaz de derreter o adamantium. Ela decide seguir em frente com os planos de destruir Wolverine enquanto o mutante tenta acha-la e impedir que isso aconteça.

Jogabilidade: Simples e repetitiva. 20 fases divididas em 4 capítulos. Ao final de cada capítulo, há um chefão. Não há salvamento, é necessário anotar uma senha para seguir na fase onde parou.

X2 – Wolverine’s Revenge – 2003

Gênero: Ação

Plataforma: PC, PS2, Gamecube, Xbox, Game Boy Advance

Estúdio: Genepool Software

Distribuição: Activision

História: O jogo começa no ano de 1968, no complexo da Arma X. Após ser capturado e submetido ao processo de fusão do adamantium, Wolverine tenta fugir do local. Ao fim do ato, você enfrenta Dentes de Sabre. Após o flashback, no tempo presente, Fera descobre que o vírus Shiva superou o fator de cura de Wolverine e vai mata-lo em dois dias, que coincide no dia de seu aniversário. A partir disso, Wolverine deve voltar ao complexo da Arma X para descobrir a cura. Ao longo da história, como é de característica do personagem, muitas coisas dão errada e Wolverine se complica bastante.

Jogabilidade: O jogo possui 6 atos. Os vilões principais de cada um são: Dentes de Sabre (2x), Wendigo, Fanático, Magneto e Lady Lethal.

Algumas etapas do jogo podem ser feitas em modo “Stealth”, onde Wolverine ativa os sentidos aguçados e derrota os inimigos secretamente. Os sentidos detectam calor e cheiro.

A ação do jogo consiste em batalhas onde Wolverine tem um “foco” em um oponente e visa somente ele para acertar os golpes. A variação de combos é baixa, com um combo para garras e um para os chutes. É possível alternar entre usar ou não as garras. Para se usar o fator de cura, é necessário recuar as garras.

No jogo, temos um recurso chamado “Strike” onde Wolverine finaliza oponentes em conjunto de forma mais rápida. Existem quatro níveis de dano que são liberados conforme você passa dos atos. Existem quatro “Strikes” para cada nível, sendo eles contra um oponente, contra dois (em duas posições) e contra três.

As batalhas contra chefões são o ponto alto do jogo. São bem variadas e divertidas. Você depende de um Strike para vencer cada oponente de um jeito.

Curiosidades:
A trilha sonora do jogo é excelente, e foi uma das coisas mais elogiadas do jogo.
Dos jogos de X-Men em geral, é o que tem os extras mais interessantes. Arquivos do cérebro explicando sobre a vida e poderes de alguns personagens; Trabalho de arte da produção; Jukebox com a trilha sonora do jogo; Roupas extras: New X-Men (titular), Arma X (só no primeiro ato), Clássica Amarela, Clássica Marrom, Caolho, Ultimate, Alex Ross Prototype e X-Men 2 (filme).
Wolverine foi dublado por Mark Hamill; Em uma das cenas deletadas, o Homem Aranha faz uma aparição.
A versão de GBA foi desenvolvida pela Vicarious Visions e Engine Software. É um jogo de hack’n’slash simples porém divertido. Há a presença de personagens como Jean Grey e Pyro.

X-Men Origins: Wolverine - 2009

Gênero: Ação/Hack’n’Slash

Plataforma: Xbox 360, PS3 e PC (Uncaged Edition) PS2 Wii Nintendo DS e PSP

Estúdio: Raven Software / Amaze Entertainment / Griptonite Games

Distribuição: Activision

História: A mesma do filme, contando os dias de Wolverine antes do filme “X-Men”, mostrando sua vida, origem das garras e esqueleto de adamantium e confronto com outros mutantes.

Jogabilidade: Hack’n’slash na essência. Grande variedade de combos alternando em golpes rápidos e golpes fortes. Há dois tipos de finalização, uma é quando a saúde do inimigo é baixa, apertando golpe forte Wolverine desmembra o oponente ou nos braços ou na perna. Também temos a finalização onde se pega o oponente e pressiona ataque forte duas vezes, que geralmente é uma finalização específica para um inimigo. Também há vários pontos de interação com o cenário.

Existem quatro ataques especiais no jogo, um deles é um modo de fúria.

O fator de cura funciona de forma diferente: existe uma barra de cura rápida, que condiz ao fator de cura de Wolverine de fato. E existe também a saúde vital, que é afetada quando a barra de fator de cura está esgotada.

O fator de cura de Wolverine acontece em “tempo real”, ou seja, ao levar tiro o dano na roupa e na pele é imediato. Em alguns momentos, parte do esqueleto aparece, especialmente após uma explosão. Wolverine vai se curando ao longo do tempo. Há um erro no jogo, pois ao escolher uma roupa extra, Wolverine cura a roupa.

Curiosidades:
Muitas críticas consideraram o jogo melhor do que o filme.
Quem comprou na pré-venda ganhou um novo modo de jogo chamado “Weapon X Arena”, onde você faz desafios enfrentando até 50 ondas de inimigos.
Roupas extras do jogo: Clássica Amarela, Lendária Marrom e X-Force.
O jogo ganhou dois prêmios no Video Game Awards: Melhor elenco e Melhor Performance Masculina (Hugh Jackman)